quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Encontrar é achar, é capturar, é roubar, mas não há método para achar, só uma longa preparação. Roubar é o contrário de plagiar, copiar, imitar ou fazer como. A captura é sempre uma dupla-captura, o roubo, um duplo-roubo, e é isto o que faz não algo de mútuo, mas um bloco assimétrico, uma evolução a-paralela, núpcias sempre “fora” e “entre”.

Gilles Deleuze e Claire Parnet, Dialogues

Suely Rolnik

Uma trajetória qualquer encontra outra; há uma atração; algo se põe a vibrar, cada uma captura partículas da outra — e ambas, independentemente, são levadas a lugares desconhecidos: uma relação amorosa com o pensamento, distante das "Penéiopes e Ulisses". É um amor de outra natureza...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


"sim, eu amava, é o nome que eu dava, que ainda dou, ai de mim, ao que eu fazia, naquela época" - Samuel Beckett


"não procure alguém que te complete. Complete-se a si mesmo e encontre alguém que te transborde" - Clarice Lispector


"Il faut se prêter au autres e se donner a soi meme" - Montaigne

terça-feira, 15 de novembro de 2011

MAYBE FOREVER - Meg Stuart & Philipp Gehmacher

imagens de Alexis Beauclair


peça coração

PEÇA CORAÇÃO
                  de Heiner Müller

Um- Posso pôr meu coração a seus pés.
Dois- Se não sujar meu chão.
Um- Meu coração é limpo.
Dois- É o que veremos.
Um- Eu não consigo tirar.
Dois- Você quer que eu ajude?
Um- Se não incomodar.
Dois- É um prazer para mim. Eu também não consigo tirar.
Um- (Chora)
Dois- Vou operar e tirar para você. Para quê que eu tenho um canivete. Vamos dar um jeito já. Trabalhar e não desesperar. Pronto – aqui está. Mas isto é um tijolo. Seu coração é um tijolo.
Um- Mas ele bate por você.