domingo, 22 de abril de 2012
troca de msgs com aurora e cristina
O amor: um equilíbrio instável, sempre em tensão. Se relaxa, desarma. Forte e delicado. Flutua e tensiona.
terça-feira, 17 de abril de 2012
A pedido de Cristina
Agradecimento
Devo muito
aos que não amo.
O alívio de aceitar
que sejam mais próximas de outrem.
A alegria de não ser eu
o lobo de suas ovelhas.
A paz que tenho com eles
e a liberdade com eles,
isso o amor não pode dar
nem consegue tirar.
Não espero por eles
andando da janela a porta.
Paciente
quase como um relógio de sol,
entendo o que o amor não entende,
perdoo,
o que o amor nunca perdoaria.
Do encontro a carta
não se passa uma eternidade,
mas apenas alguns dias ou semanas.
As viagens com eles são sempre um sucesso,
os concertos assistidos,
as catedrais visitadas,
as paisagens claras.
E quando nos separam
sete colinas e rios
são colinas e rios
bem conhecidos dos mapas.
É mérito deles
eu viver em três dimensões,
num espaço sem lírica e sem retórica,
com um horizonte real porque móvel.
Eles próprios não vêem
quanto carregam nas mãos vazias.
" Não lhes devo nada" -
diría o amor
sobre essa questão aberta.
WISLAWA SZYMBORSKA
Devo muito
aos que não amo.
O alívio de aceitar
que sejam mais próximas de outrem.
A alegria de não ser eu
o lobo de suas ovelhas.
A paz que tenho com eles
e a liberdade com eles,
isso o amor não pode dar
nem consegue tirar.
Não espero por eles
andando da janela a porta.
Paciente
quase como um relógio de sol,
entendo o que o amor não entende,
perdoo,
o que o amor nunca perdoaria.
Do encontro a carta
não se passa uma eternidade,
mas apenas alguns dias ou semanas.
As viagens com eles são sempre um sucesso,
os concertos assistidos,
as catedrais visitadas,
as paisagens claras.
E quando nos separam
sete colinas e rios
são colinas e rios
bem conhecidos dos mapas.
É mérito deles
eu viver em três dimensões,
num espaço sem lírica e sem retórica,
com um horizonte real porque móvel.
Eles próprios não vêem
quanto carregam nas mãos vazias.
" Não lhes devo nada" -
diría o amor
sobre essa questão aberta.
WISLAWA SZYMBORSKA
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